terça-feira, 12 de abril de 2022

Quando a opressão domina

 Miquéias 3 

  1. E disse eu: Ouvi, peço-vos, ó chefes de Jacó, e vós, príncipes da casa de Israel; não é a vós que pertence saber o juízo?
  2. A vós que odiais o bem, e amais o mal, que arrancais a pele de cima deles, e a carne de cima dos seus ossos;
  3. E que comeis a carne do meu povo, e lhes arrancais a pele, e lhes esmiuçais os ossos, e os repartis como para a panela e como carne dentro do caldeirão.
  4. Então clamarão ao Senhor, mas não os ouvirá; antes esconderá deles a sua face naquele tempo, visto que eles fizeram mal nas suas obras.
  5. Assim diz o Senhor acerca dos profetas que fazem errar o meu povo, que mordem com os seus dentes, e clamam paz; mas contra aquele que nada lhes dá na boca preparam guerra.
  6. Portanto, se vos fará noite sem visão, e tereis trevas sem adivinhação, e haverá o sol sobre os profetas, e o dia sobre eles se enegrecerá.
  7. E os videntes se envergonharão, e os adivinhadores se confundirão; sim, todos eles cobrirão os seus lábios, porque não haverá resposta de Deus.
  8. Mas eu estou cheio do poder do Espírito do Senhor, e de juízo e de força, para anunciar a Jacó a sua transgressão e a Israel o seu pecado.
  9. Ouvi agora isto, vós, chefes da casa de Jacó, e príncipes da casa de Israel, que abominais o juízo e perverteis tudo o que é direito,
  10. Edificando a Sião com sangue, e a Jerusalém com iniqüidade.
  11. Os seus chefes dão as sentenças por suborno, e os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus profetas adivinham por dinheiro; e ainda se encostam ao Senhor, dizendo: Não está o Senhor no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá.
  12. Portanto, por causa de vós, Sião será lavrada como um campo, e Jerusalém se tornará em montões de pedras, e o monte desta casa como os altos de um bosque.

Miquéias 3:1-12

Qualquer semelhança com nossos dias não é mera coincidência. Às elites de Jacó ao invés de promoverem a justiça faziam exatamente o contrário.

 

“A vós que odiais o bem, e amais o mal, que arrancais a pele de cima deles, e a carne de cima dos seus ossos; E que comeis a carne do meu povo, e lhes arrancais a pele, e lhes esmiuçais os ossos, e os repartis como para a panela e como carne dentro do caldeirão.” Miqueias 3.2-3

 

A cena descrita pelo profeta é de puro canibalismo social. A exploração dos trabalhadores era extrema, não permitindo qualquer alívio. As famílias eram desesperadamente oprimidas. Tudo quanto tinham (bens móveis e imóveis) eram arrancados das suas mãos para saciar a ganância dos poderosos.

 

Neste ambiente de desrespeito e quebra de direitos Deus não podia abençoar a nação de Israel. O silêncio de Deus se apresenta como a primeira forma de disciplina para com o seu povo. É isto mesmo, Deus está falando com o seu povo, logo eles que gozavam de intimidade e pastoril do Eterno. 

 

“Então clamarão ao Senhor, mas não os ouvirá; antes esconderá deles a sua face naquele tempo, visto que eles fizeram mal nas suas obras. Assim diz o Senhor acerca dos profetas que fazem errar o meu povo, que mordem com os seus dentes, e clamam paz; mas contra aquele que nada lhes dá na boca preparam guerra. Portanto, se vos fará noite sem visão, e tereis trevas sem adivinhação, e haverá o sol sobre os profetas, e o dia sobre eles se enegrecerá. E os videntes se envergonharão, e os adivinhadores se confundirão; sim, todos eles cobrirão os seus lábios, porque não haverá resposta de Deus.” Miquéias 3.

 

Silêncio. No tempo do terror clamariam e não seriam ouvidos, pois, fizeram mal diante de Deus. O pobre, o necessitado, o órfão, a viúva, o estrangeiro, todos eles  eram vítimas fáceis nas mãos dos poderosos.

 

      Os profetas faziam o povo errar.

      Eram homens violentos.

 

Deus feriria os profetas naquilo que era a sua razão de ser, ou seja, suas visões, suas previsões. Vergonha e confusão eram o que lhes restariam. Quem deveria ser luz, guia do povo, agora estava cego, surdo e nú diante de Deus.

 

O que responder ao povo em sua aflição se Deus permanecia em silêncio? O engano era uma forma de manter a comunidade escrava dos seus desejos. O mentir é a forma mais precisa de deixar a comunidade sob seu controle.

 

Para se contrapor aos falsos profetas, Miquéias se apresenta como único representante do Eterno. Ele recebe de Deus toda autoridade para chamar às autoridades e povo a razão.

 

“Mas eu estou cheio do poder do Espírito do Senhor, e de juízo e de força, para anunciar a Jacó a sua transgressão e a Israel o seu pecado.”                

 

A sentença divina em seus lábios destoava das boas previsões dos falsos profetas.  “Não está o Senhor no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá.” Essa situação trazia confusão ao povo levando-os a endurecer o coração se afastando do Senhor, muito embora, sua boca estivesse cheia da palavra Deus.

 

“Seus chefes dão as sentenças por suborno, e os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus profetas adivinham por dinheiro; e ainda se encostam ao Senhor, dizendo: Não está o Senhor no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá.”

 

É tremendo como esses homens inescrupulosos se valem do nome do Altíssimo para fazer o mal, ou para prevalecer em seus interesses. Eram meros religiosos e como tal não representavam a Deus, sendo promotores da discórdia,  cúmplice de todo mal que vivenciava aquela sociedade.

 

A punição divina cairia sobre todos e todas sem exceção e seria tremenda.

 

“Portanto, por causa de vós, Sião será lavrada como um campo, e Jerusalém se tornará em montões de pedras, e o monte desta casa como os altos de um bosque.”

 

      O cativeiro, seja ele físico ou espiritual, é a consequência lógica para todos aqueles que deixando o Senhor se enveredam pelo caminho do mal.

      A desobediência a Deus traz muitos males. Neste caso seria a escravidão na Babilônia.

 

Na medida em que o Senhor anuncia o cativeiro, já aponta para a libertação do povo em um tempo futuro. Na profecia de Jeremias esse tempo seria de 70 anos.

 

Lições que podemos extrair deste texto:

 

      A opressão social, a corrupção espiritual e física são frutos de um coração egocêntrico, sendo um obstáculo para nossa relação com o Salvador.

      O silêncio de Deus é a consequência mais nefasta para os desobedientes a sua palavra.

      O amor de Deus se manifesta mesmo em meio a disciplina.

 

“Sofre dores, e trabalha, para dar à luz, ó filha de Sião, como a que está de parto, porque agora sairás da cidade, e morarás no campo, e virás até babilônia; ali, porém, serás livrada; ali te remirá o SENHOR da mão de teus inimigos.” Miquéias 4:10

 

Deus é fiel e justo

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