sexta-feira, 19 de junho de 2020

O que me falta para ser salvo?


Marcos 10. 17-22; 46-52; 12.28-34

A forma como buscamos a Deus denuncia a nossa condição espiritual sendo determinante para o acolhimento ou rejeição da divindade. Nos textos acima temos três situações distintas onde pessoas buscaram a Cristo e receberam respostas diversas para as suas provocações. A essência deste estudo é caracterizar cada personagem em sua relação com o mestre e nos avaliarmos como servos de Deus.

O primeiro ponto a ser levantado é:

1.       Quem eram os personagens narrados no texto de Marcos?


O jovem rico
É descrito em Lucas 18.18,23 como um jovem possuidor de grandes recursos e de importância social relevante para sua comunidade.


Bartimeu, filho de Timeu.
Cego, mendigo, alguém que vivia a margem da sociedade, cujo único bem que possuía era uma capa que usava para se proteger das intempéries. Era visto por todos como um amaldiçoado e sua condição como fruto do pecado. A cegueira era um impedimento para servir ao Senhor, caso pertencesse a uma família sacerdotal (Levítico 21.17-18).

O escriba
Doutores e mestres da Lei (Mateus 22,35; Lucas 5,17). Eram homens com grande conhecimento da Lei Mosaica, eram respeitados pela comunidade e bem sucedidos financeiramente. Pertencia a elite intelectual do seu tempo.
















Marcos descreve como cada personagem abordou o mestre:

·         O jovem rico ao se aproximar de Cristo se ajoelha e interpela com esmerado elogio. Há um forte indício de auto-justificação em seu ato. É também razoável acreditar conhecia Jesus.

·         O escriba após constatar o fracasso dos saduceus em seu debate com o mestre se aproxima de Cristo atraído por sua sabedoria e lhes pergunta acerca da Lei com o propósito claro de lhes por à prova.
·         O cego Bartimeu como os demais conhecia a fama de Cristo, contudo, se aproxima de Jesus, com uma necessidade especifica e uma fé salvadora o que diferenciava dos demais.

Com base nas abordagens acima qual a sua motivação quando busca a Cristo?

·         Aceitação por parte de um grupo.
·         Alto-justificação.
·         Sua grande sabedoria.
·         Por crer ser a resposta para as suas necessidades.

Podemos nos enganar e aos outros, porém, não a Deus. A falsa religiosidade não comove o coração do Senhor, nem dispensa o seu favor.

O segundo ponto é direto:

2.       O que Deus busca em sua relação com o pecador?

“O Senhor diz: Esse povo se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. A adoração que me prestam é feita só de regras ensinadas por homens.” (Isaías 29:13)
Certamente o Senhor não se deixa levar por belos cultos, rituais vazios ou coisas que o valham. É certo que deseja antes de todo, que aqueles que o adoram o façam em espírito e verdade. Portanto, Ele observa e valoriza aqueles que demonstram arrependimento, fé e a consciência de que são incapazes de obter a salvação com seus próprios recursos. Somente estes que apresentam esta disposição de espírito é que alcança de Deus a justificação dos seus pecados. Vejamos como se portou cada um dos personagens descritos no livro de Marcos.

O jovem rico (Marcos 10.17-22)

Quando analisamos a situação do jovem rico percebemos:

·         que era um jovem fiel a sua crença;
·         que se sentia merecedor da salvação divina por suas práticas benévolas e ritos religiosos. (...) que farei para herdar a vida eterna? (Marcos 10:17). Esta pergunta é sincera, apropriada e dirigida a quem realmente poderia responder com correção. No entanto, quando analisamos o contexto como um todo, percebemos algo a mais nesta indagação: falta-me algo que ainda não fiz?

Então, Jesus Cristo apresenta as condições:

a.       Não mate (Êx 20.13; Dt 5.17);
b.      Não cometa adultério (Êx 20.14; Dt 5.18);
c.       Não dê falso testemunho (Êx 20.15; Dt 5.19);
d.      Não defraude ninguém (Êx 20.16; Dt 5.20);
e.      Honre teu pai e a tua mãe (Êx 20.12; Dt 5.16).

E de pronto o jovem o responde: “Mestre tudo isso tenho observado desde a minha juventude.” Cristo não o desmente, o que é fantástico, mas, o surpreende quando afirma que lhes falta uma coisa. E com certeza a principal. Mas, como falta uma coisa? Certamente pensou. O que me poderia faltar? Absurdo!

“E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa: vai, vende tudo quanto tens, dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, toma a cruz, e segue-me. Mas ele, pesaroso desta palavra, retirou-se triste; porque possuía muitas propriedades.” Marcos 10: 21-22

O jovem saiu triste daquele encontro. Ele não tomou posse da salvação. Cuidado! Deus exige de cada um de nós uma entrega total: corpo, alma e espírito (João 4.24; 1Ts 5:25). Nada pode se interpor na relação Deus e homem. Naquele momento os bens foram o fator de impedimento de o jovem herdar a vida eterna.

Aplicando este ensino a tua vida fica a pergunta: O que pode está sendo um obstáculo para você ter pleno acesso as bênçãos de Deus em sua vida?

·         Riquezas;
·         Familiares e amigos;
·         Poder;
·         Ídolos humanos;
·         Outros.

Nada disto substitui Cristo, nada disto permitirá que entres no Reino de Deus.

O escriba (Marcos 12.28-34)

O mestre da lei foi atraído ao Senhor pela sua brilhante vitória no debate teológico com os saduceus. Ele também queria testá-lo e teve a oportunidade que necessitava.

“Entretanto, os fariseus, sabendo que Jesus havia silenciado os saduceus, reuniram-se em conselho. E um deles, intérprete da Lei, querendo pôr Jesus à prova, perguntou-lhe:” Mateus 22: 34,35

Deste encontro sairá um homem satisfeito não só com a resposta do mestre, mas, pelo fato de ter concordado com suas convicções pessoais.

Ele sabia que os dois maiores mandamentos era amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo (Dt 6.4-5; Lv 19.18).

Como ele ficou feliz. Não foi reprovado em seu conhecimento bíblico como os saduceus. Contudo, não levou Jesus ao erro. O homem da Lei diferia do jovem rico apenas por confiar na sua sabedoria. Era sem dúvida um grande teólogo, mas vazio de Cristo.

O amor a Deus não se limita ao conhecimento e tem como consequência mudança de vida. O Escriba tinha que aceitar a Cristo como Senhor e Salvador da sua vida, mas, não o fez.

Cristo reconhece que ele não estava longe da salvação, contudo, a semelhança do jovem rico faltava o essencial: Jesus Cristo.
O cego Bartimeu (Marcos 10.46-52)

O terceiro personagem a se encontrar com Cristo foi Bartimeu, o cego. Diferente dos demais Bartimeu:
·         não era rico;
·         não possuía grande conhecimento teológico, portanto, estava fora dos seus interesses se autopromover, debater qualquer assunto de natureza teológica com o mestre etc.

·         Ele era um realista, dava passos calculados motivados pela fé. Seu coração estava aberto a Deus.

Bartimeu já vivenciava na pratica a dependência de Deus. As esmolas, nem sempre eram fartas ou suficientes para sanar as suas necessidades. Ele percebeu algo diferente. Soube que o Cristo passava em sua comunidade e não perdeu tempo correndo ao seu encontro. Se tivesse se acomodado teria perdido a benção. Lembrem-se, Cristo estava a caminho de Jerusalém para cumprir a sua paixão.

“E Jesus, parando, disse que o chamassem; e chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, que ele te chama. E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se, e foi ter com Jesus.” Marcos 10:49,50

A única propriedade que possuía era uma capa e como vemos no texto ela não foi empecilho para o encontro com Cristo.

Bartimeu largou tudo e correu ao encontro de Cristo. Ele tinha conhecimento e fé que só Jesus Cristo era quem poderia salvá-lo daquela situação. Ao se aproximar de Cristo Bartimeu não tinha outro objetivo em seu coração que não fosse a solução da sua dificuldade. Com esta certeza não só foi curado do mal, como também foi salvo pelo mestre.

E Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho. Marcos 10:52

 Que lição maravilhosa.

Aplicações para o nosso dia-a-dia.

1)      Deus não aceita uma adoração dividida. Quem o busca deve está disposto a se entregar sem reservas. Nada pode ser empecilho entre Deus e o seu adorador. Quando o pecador coloca pessoas, situações, costumes e tradições no lugar de Deus têm estabelecido uma falsa adoração, uma falsa religião e um falso crente. Não importa as circunstancias envolvida, este homem está perdido.

2)      Conhecimento teológico sem vida cristã autêntica é desperdício de tempo e forças. O homem não será salvo pela graça e misericórdia de Deus por meio da sua vontade ou conhecimento acerca de Jesus Cristo histórico. Este conhecimento deve implicar em mudança de vida para que a sua adoração seja aceita diante de Deus.

3)      Somente pela fé em Jesus Cristo é que o pecador alcançará o perdão dos seus pecados e salvação eterna. Bartimeu buscou no Cristo-Deus a solução do seu problema (cegueira) e devido a sua disposição de espírito foi contemplado com a salvação eterna (Marcos 10.52)

A pergunta continua: O que me falta para ser salvo?

Bibliografia:

·         Bíblia de Estudo NAA, Barueri SP : Ed. Sociedade Bíblica do Brasil, 2018

Autor: Jerônimo Viana de M. Alves



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente o texto e ajude-nos a aperfeiçoá-los.