Marcos 10. 17-22; 46-52; 12.28-34
A forma como
buscamos a Deus denuncia a nossa condição espiritual sendo determinante para o
acolhimento ou rejeição da divindade. Nos textos acima temos três situações distintas
onde pessoas buscaram a Cristo e receberam respostas diversas para as suas provocações. A essência deste
estudo é caracterizar cada personagem em sua relação com o mestre e nos avaliarmos
como servos de Deus.
O primeiro ponto a ser levantado é:
1.
Quem eram os personagens narrados no texto de
Marcos?
O jovem rico
|
É
descrito em Lucas 18.18,23 como um jovem possuidor de grandes recursos e de
importância social relevante para sua comunidade.
|
Bartimeu, filho de Timeu.
|
Cego,
mendigo, alguém que vivia a margem da sociedade, cujo único bem que possuía
era uma capa que usava para se proteger das intempéries. Era visto por todos
como um amaldiçoado e sua condição como fruto do pecado. A cegueira era um
impedimento para servir ao Senhor, caso pertencesse a uma família sacerdotal
(Levítico 21.17-18).
|
O escriba
|
Doutores
e mestres da Lei (Mateus 22,35; Lucas 5,17). Eram homens com grande
conhecimento da Lei Mosaica, eram respeitados pela comunidade e bem sucedidos
financeiramente. Pertencia a elite intelectual do seu tempo.
|
Marcos descreve como cada personagem abordou o mestre:
·
O jovem rico ao se aproximar de Cristo se
ajoelha e interpela com esmerado elogio. Há um forte indício de auto-justificação
em seu ato. É também razoável acreditar conhecia Jesus.
·
O escriba após constatar o fracasso dos saduceus
em seu debate com o mestre se aproxima de Cristo atraído por sua sabedoria e
lhes pergunta acerca da Lei com o propósito claro de lhes por à prova.
·
O cego Bartimeu como os demais conhecia a fama
de Cristo, contudo, se aproxima de Jesus, com uma necessidade especifica e uma
fé salvadora o que diferenciava dos demais.
Com base nas abordagens acima qual a sua motivação
quando busca a Cristo?
·
Aceitação por parte de um grupo.
·
Alto-justificação.
·
Sua grande sabedoria.
·
Por crer ser a resposta para as suas necessidades.
Podemos nos
enganar e aos outros, porém, não a Deus. A falsa religiosidade não comove o
coração do Senhor, nem dispensa o seu favor.
O segundo ponto é direto:
2.
O que Deus busca em sua relação com o pecador?
“O Senhor diz: Esse povo se
aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas o seu coração está
longe de mim. A adoração que me prestam é feita só de regras ensinadas por
homens.” (Isaías 29:13)
Certamente o Senhor não se deixa levar por belos cultos, rituais vazios
ou coisas que o valham. É certo que deseja antes de todo, que aqueles que o
adoram o façam em espírito e verdade. Portanto, Ele observa e valoriza aqueles
que demonstram arrependimento, fé e a
consciência de que são incapazes de obter a salvação com seus próprios recursos.
Somente estes que apresentam esta disposição de espírito é que alcança de Deus
a justificação dos seus pecados. Vejamos
como se portou cada um dos personagens descritos no livro de Marcos.
O jovem rico (Marcos 10.17-22)
Quando
analisamos a situação do jovem rico percebemos:
·
que era um jovem fiel a sua crença;
·
que se sentia merecedor da salvação divina por
suas práticas benévolas e ritos religiosos. (...) que farei para herdar a vida eterna? (Marcos 10:17). Esta pergunta é
sincera, apropriada e dirigida a quem realmente poderia responder com correção.
No entanto, quando analisamos o contexto como um todo, percebemos algo a mais
nesta indagação: falta-me algo que ainda
não fiz?
Então, Jesus Cristo
apresenta as condições:
a.
Não mate (Êx 20.13; Dt 5.17);
b.
Não cometa adultério (Êx 20.14; Dt 5.18);
c.
Não dê falso testemunho (Êx 20.15; Dt 5.19);
d.
Não defraude ninguém (Êx 20.16; Dt 5.20);
e.
Honre teu pai e a tua mãe (Êx 20.12; Dt 5.16).
E de pronto o
jovem o responde: “Mestre tudo isso
tenho observado desde a minha juventude.” Cristo não o desmente, o que é
fantástico, mas, o surpreende quando afirma que lhes falta uma coisa. E com
certeza a principal. Mas, como falta uma
coisa? Certamente pensou. O que me poderia faltar? Absurdo!
“E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa: vai, vende tudo
quanto tens, dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, toma a cruz, e
segue-me. Mas ele, pesaroso desta palavra, retirou-se triste; porque possuía muitas propriedades.” Marcos
10: 21-22
O jovem saiu
triste daquele encontro. Ele não tomou posse da salvação. Cuidado! Deus exige
de cada um de nós uma entrega total: corpo, alma e espírito (João 4.24; 1Ts
5:25). Nada pode se interpor na relação Deus e homem. Naquele momento os bens
foram o fator de impedimento de o jovem herdar a vida eterna.
Aplicando este
ensino a tua vida fica a pergunta: O que pode está sendo um obstáculo para você
ter pleno acesso as bênçãos de Deus em sua vida?
·
Riquezas;
·
Familiares e amigos;
·
Poder;
·
Ídolos humanos;
·
Outros.
Nada disto
substitui Cristo, nada disto permitirá que entres no Reino de Deus.
O escriba (Marcos 12.28-34)
O mestre da lei
foi atraído ao Senhor pela sua brilhante vitória no debate teológico com os
saduceus. Ele também queria testá-lo e teve a oportunidade que necessitava.
“Entretanto, os fariseus, sabendo que Jesus havia
silenciado os saduceus, reuniram-se em conselho. E um deles, intérprete da Lei,
querendo pôr Jesus à prova, perguntou-lhe:” Mateus 22: 34,35
Deste encontro
sairá um homem satisfeito não só com a resposta do mestre, mas, pelo fato de
ter concordado com suas convicções pessoais.
Ele sabia que os
dois maiores mandamentos era amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo
como a ti mesmo (Dt 6.4-5; Lv 19.18).
Como ele ficou
feliz. Não foi reprovado em seu conhecimento bíblico como os saduceus. Contudo,
não levou Jesus ao erro. O homem da Lei diferia do jovem rico apenas por
confiar na sua sabedoria. Era sem dúvida um grande teólogo, mas vazio de
Cristo.
O amor a Deus
não se limita ao conhecimento e tem como consequência mudança de vida. O
Escriba tinha que aceitar a Cristo como Senhor e Salvador da sua vida, mas, não
o fez.
Cristo reconhece
que ele não estava longe da salvação, contudo, a semelhança do jovem rico faltava
o essencial: Jesus Cristo.
O cego Bartimeu (Marcos 10.46-52)
O terceiro personagem
a se encontrar com Cristo foi Bartimeu, o cego. Diferente dos demais Bartimeu:
·
não era rico;
·
não possuía grande conhecimento teológico,
portanto, estava fora dos seus interesses se autopromover, debater qualquer
assunto de natureza teológica com o mestre etc.
·
Ele era um realista, dava passos calculados
motivados pela fé. Seu coração estava aberto a Deus.
Bartimeu já
vivenciava na pratica a dependência de Deus. As esmolas, nem sempre eram fartas
ou suficientes para sanar as suas necessidades. Ele percebeu algo diferente.
Soube que o Cristo passava em sua comunidade e não perdeu tempo correndo ao seu
encontro. Se tivesse se acomodado teria perdido a benção. Lembrem-se, Cristo estava a caminho de Jerusalém para cumprir a sua
paixão.
“E Jesus, parando, disse que o chamassem; e chamaram o cego,
dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, que ele te chama. E ele, lançando de si
a sua capa, levantou-se, e foi ter com Jesus.” Marcos 10:49,50
A única propriedade
que possuía era uma capa e como vemos no texto ela não foi empecilho para o
encontro com Cristo.
Bartimeu largou
tudo e correu ao encontro de Cristo. Ele tinha conhecimento e fé que só
Jesus Cristo era quem poderia salvá-lo daquela situação. Ao se aproximar de
Cristo Bartimeu não tinha outro objetivo em seu coração que não fosse a solução
da sua dificuldade. Com esta certeza não só foi curado do mal, como também foi
salvo pelo mestre.
E Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a
Jesus pelo caminho. Marcos 10:52
Que lição maravilhosa.
Aplicações para o nosso dia-a-dia.
1)
Deus não aceita uma adoração dividida. Quem o
busca deve está disposto a se entregar sem reservas. Nada pode ser empecilho entre
Deus e o seu adorador. Quando o pecador coloca pessoas, situações, costumes e tradições
no lugar de Deus têm estabelecido uma falsa adoração, uma falsa religião e um
falso crente. Não importa as circunstancias envolvida, este homem está perdido.
2)
Conhecimento teológico sem vida cristã autêntica
é desperdício de tempo e forças. O homem não será salvo pela graça e misericórdia
de Deus por meio da sua vontade ou conhecimento acerca de Jesus Cristo
histórico. Este conhecimento deve implicar em mudança de vida para que a sua
adoração seja aceita diante de Deus.
3)
Somente pela fé em Jesus Cristo é que o pecador
alcançará o perdão dos seus pecados e salvação eterna. Bartimeu buscou no
Cristo-Deus a solução do seu problema (cegueira) e devido a sua disposição de
espírito foi contemplado com a salvação eterna (Marcos 10.52)
A pergunta continua:
O que me falta para ser salvo?
Bibliografia:
·
Bíblia de Estudo NAA, Barueri SP : Ed. Sociedade
Bíblica do Brasil, 2018
Autor: Jerônimo Viana de M. Alves
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