sábado, 20 de agosto de 2011

Um novo templo e uma nova aliança - Lucas 21.5-6; Mc 13.1-2.


Amados irmãos depois de bom tempo estou de volta com um novo estudo que apresentei a igreja. Espero que Deus possa falar ao teu coração assim como falou ao meu. Paz de Deus a todos.

Um novo templo e uma nova aliança.
Texto básico: Lucas 21.5-6; Mc 13.1-2.

“como alguns diziam a respeito do templo que era ornado de belas pedras e de ofertas votivas, ele disse: contemplais essas coisas... dias virão em que não ficará pedra sobre pedras que não seja demolida”.

O capitulo 21.5-6 de Lucas se passa na última semana de Jesus Cristo entre os homens (capítulos 19.29 – capítulo 24). Nessa terça-feira ele se encontrava no templo1.  

Suas palavras [v 5-6] soaram ofensivas aos adeptos do judaísmo e incompreensivas aos seus discípulos [Mt 24.3]. O templo era um símbolo nacional e esse em particular era o segundo templo. Para os judeus o templo era o único lugar legitimo para o culto sacrificial do judaísmo.

Vejamos alguns dados acerca do templo:

a.       Foi construído por Salomão – 1Rs 6.1-36; 7.23 – 8. 66.
b.      É destruído pelas tropas de Nabucodonosor – 2Rs 25.8-17; Sl 79.1; Lm 1.10.
c.       Novamente é reconstruído na época de Edras – Ed. 1.2-4; 3.8-13; 5-6.
d.      Ampliado por Herodes, o grande – 20 a.C. – 64 d.C – Mt 21.12-17; 24.1-2.
e.      Seria posteriormente ao tempo de Jesus destruído pelos romanos no ano 70 d.C., e assim permanece até nossos dias.

Portanto, a observação de Jesus foi profundamente ofensiva aos judeus. Esse fato pode ser ilustrado em nossos dias através da seguinte situação problema: um torcedor do Vasco em plena torcida organizada do Flamengo faz a seguinte observação: Esse time vai desaparecer do grupo A do Campeonato Brasileiro. Contudo, voltará para esse mesmo staff depois de passar pela repescagem dos grupos D, C e B do Brasileirão. Não tinha como ser diferente, a reação ocorreu de imediato.

“Replicaram os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este santuário, e tu, em três dias, o levantará?” [Jo 2.20]. É importante ressaltar que o templo ainda estava em serviço de ampliação quando Jesus proferiu seu discurso [Provavelmente em 28 d.C].

Essas mesmas palavras de Cristo mais tarde serão usadas para incriminá-lo (Mt 26. 59-61) bem como a seus seguidores (veja Atos 6. 14 – acusação contra Estevão).

“E levantando-se alguns, testificavam falsamente, dizendo: Nós o ouvimos declarar: eu destruirei este santuário edificado por mãos humanas e, em três dias, construirei outro, não por mãos humanas. Nem assim o testemunho deles era coerente. Mc 14. 57-59.

Quando Jesus expos seu pensamento sobre o templo ele estava especificamente falando da sua vida e da Cidade de Jerusalém. Essa pelo menos é a compreensão de alguns estudiosos que defendem a tese que Marcos [13.1-2] e Lucas [21. 5-6] tratam em seus escritos de uma referência primitiva a destruição de Jerusalém. É costume associarmos esses textos com a narrativa do final do mundo, contudo essa matéria já fora abordada por Lucas no capítulo 17. 22-37. Só em Mateus 24 é que temos a narrativa da destruição de Jerusalém, do templo e do mundo.
Afirmam esses estudiosos que Lucas 21 trata do pequeno apocalipse judaico descrito em Daniel (Dn 9. 27; 11.31;12.11) acrescentado por Jesus (vv 5-6.9-13. 21-23.28-37).

“Ele fará firme aliança com muitos, pó uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele”. Dn 9.27

O texto de Lucas anuncia o sacrifício de Jesus Cristo por nossos pecados (Jo 2.21 – “Mas ele falava do templo do seu corpo) da iminente libertação do povo de Deus que acorre a partir da ruína de Jerusalém, da ressurreição de Cristo e do estabelecimento da sua igreja.

Esse novo templo ou nova aliança possui dupla dimensão: divina e humana

·         Divina – Ela está presente no sacrifício de Jesus Cristo.

a.       Ele foi prometido como única solução para o pecado - “ Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirá o calcanhar”. Gn 3. 15
b.      Desceu do céu a seu tempo, se esvaziou , assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homem; e reconhecido em figura humana, a si , mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz”. (Fp 2.6-8)
c.       Ressuscitou (Lucas 24) e está com o Pai (Hb 8.1).
d.      Um dia voltará (Mt 24.29-31) para julgar os vivos e mortos (2Tm 4.1).

Essa construção só se tornou possível por meio de Jesus Cristo nenhum homem foi, é ou será capaz de realizar tamanho feito (Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Romanos 3.10). Diz a palavra:

a.       Ele cumpriu todo o mandamento – Mt 5.17-18; Hb 7.26-28.
b.      Nunca pecou – 1Pe 2.22 (O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano).
c.       Sua morte nos trouxe a salvação e reconciliação com Deus – 2Co 5.18 (E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação;).

·         A dimensão humana.

Nessa perspectivas duas mudanças nos chamam a atenção:

a.       Deus não mais visita periodicamente seu povo, Ele reside perpetuamente no coração do servo fiel.
b.      O templo de Deus em nós é universal e democrático.

Deus não mais visita periodicamente seu povo, Ele reside perpetuamente no coração do servo fiel.

“Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” 1Co 3.16

Aqui temos um mistério. O Deus transcendente (além dos limites humanos) é também Imanente (existência de um ser supremo dentro do mundo físico). Essa realidade de templos ambulantes do Deus Criador é tremenda.
Uma vez que somos templos ambulantes habitado pelo Espírito Santo de Deus não existe razão para vivermos tristes, deprimidos, cansados, pois Cristo em tudo nos vivifica.

Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão.” [Is 40.31]

Essa realidade de sermos templo de Deus exige de nós responsabilidades, visto que o verdadeiro servo do Senhor não pode viver da aparência. Podemos apontar três características imprescindíveis a esse servo:

a.       Ele é obediente a Deus – Fp 2.8.
b.      É integro – Mt 5.13-14.
c.       É humilde – Jo 13.4-13.

O templo de Deus em nós é universal e democrático.

O templo de Jerusalém tinha uma forte tendência bairrista. Essa situação gerava soberba por parte de Israel e era uma clara tentativa [ainda que inconsciente] de “limitar a ação de Deus” sobre os demais povos, visto que:

a.       Achavam-se exclusivos de Deus e justos aos seus próprios olhos – Lucas 18.9-14.
b.      Eles não conseguiam entender sua missão sacerdotal diante de um mundo mergulhado no pecado e desta forma dificultava a reconciliação da humanidade com seu Deus criador.

Um exemplo desse exclusivismo religioso está no livro de Ezequiel. Durante muito tempo em Israel a leitura da revelação de Ezequiel foi proibida aos mais jovens e houve muita discussão sobre a entrada ou não desse livro no Canon judaico devido sua revelação ter ocorrido fora de Jerusalém [Babilônia]. Deus em Ezequiel dava prova que não era mais uma divindade local.

O templo de Deus em nós pelo contrário é universal e democrático, visto que tem por função atrair toda a humanidade a Cristo. Lucas 21. 5-6 nos chama atenção para uma nova realidade: o tempo da graça.

Como igreja de Deus que somos temos o compromisso de:

·         darmos um bom testemunho aos homens.

“PORTANTO nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta,” Heb 12:1

·         cumprir bem a nossa missão de sacerdotes do Deus vivo.

“Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor; Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem.” Hebreus 12. 14-15.

Portanto, irmãos o que parecia ser absurdo, decepção e mais tarde destruição para os judeus contemporâneos de Jesus Cristo [fim do templo e Jerusalém em 70 d.C] se revelou para nós outros bênçãos inigualáveis da parte de Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Através de Cristo nosso Pai Supremo nos reconciliou com Ele mesmo e nos tornou co-herdeiros de Cristo.
“O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados. Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.” Romanos 8. 16-18.

“A saber, que os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho;” Efe 3:6

Que Deus abençoe a todos.

Se por acaso você ainda não se decidiu por Jesus como seu Senhor e Salvador, que possa fazê-lo hoje mesmo. Seja mais um templo de Deus a testemunhar do seu amor transformador a toda humanidade. 

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