Estudo Bíblico
Filho Pródigo - Lucas 15.11-32
Parábola:
• Método empregado no discurso, por meio do qual as verdades morais ou religiosas se ilustram pela comparação com fatos comuns da vida.
• Ela se fixa na memória mais fortemente.
• Servia para repreender a alta personagem, que não havia de consentir acusações diretas à sua pessoa.
• Tinha por objetivo revestir a verdade sobre o reino de Deus. Muitos que a ouvia não tinha condições ou maturidade para entender as verdades bíblicas do reino de Deus. Assim Jesus implantava essas verdades dentro do coração das pessoas para que no tempo certo ela se manifestasse.
A parábola do filho pródigo, assim como da ovelha perdida (v 3-7) e da dracma perdida (v 8-10) são respostas de Jesus ao questionamento dos fariseus e escribas no verso (1-2) de Lucas 15.
“E CHEGAVAM-SE a ele todos os publicanos e pecadores para o ouvir. E os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: Este recebe pecadores, e come com eles.”
• Publicano – Referiam aos cobradores de impostos a serviço do império romano. Eram estrangeiros ou judeus que compravam esse cargo para poder ter lucro. Os publicanos eram também chamados de pecadores e eram marginalizados política, social e religiosamente pelos judeus.
• Pecadores – Pessoas não instruídas na Lei e de má fama. Para os Fariseus comer com os pecadores consistia num ato de amizade ou aceitação de suas práticas. (EX: Mt 9. 10)
A parábola do filho pródigo é portanto a última das três ilustrações que Jesus se utilizou para responder de forma contundente aos fariseus. Ela fala da misericórdia, amor e compromisso do Pai para com seu filho e de arrependimento e reconciliação do filho para com seu Pai.
Nos versos 11 a 32 temos a seguinte informação:
• Havia um pai que tinha dois filhos.
• O moço pede ao Pai que lhes der sua parte na herança.
Na lei de Moisés o filho mais velho herdava o dobro da herança do Pai (Dt 21.17).
“Mas ao filho da desprezada reconhecerá por primogênito, dando-lhe dobrada porção de tudo quanto tiver; porquanto aquele é o princípio da sua força, o direito da primogenitura é dele.”
A Herança em geral era repartida com a morte do pai, mas em casos especiais se podia fazer com a orientação de um rabino (Lc 12.13).
O fato é que excepcionalmente o Pai resolve dar a herança requerida pelo filho mais novo. Sempre me pergunto, por quê?
• Pela insistência do garoto encantado pelo mundo (v 12)?
• Por querer dar-lhes uma experiência da qual serviria para toda sua vida?
As razões não aparecem no texto, mas o certo é que “passados alguns dia” o garoto transforma tudo em dinheiro e parte para bem longe do pai.
Aqui destaco algumas palavras:
• Passados muitos dias (v13) – Certamente houve tempo para se repensar no que deveria fazer da vida. Mas, o texto bíblico deixa claro que nada mudou. A obstinação, o orgulho do garoto era forte demais para fazê-lo pensar em outra possibilidade.
• Partiu para uma terra distante (v13) – Visto que junto ao pai não dava para dar vazão aos seus desejos, provavelmente sentia-se controlado, e precisava se sentir livre. Aqui nesse verso o sentido de liberdade se aproxima muito do que o apostolo Paulo Adverte em sua carta aos Galatas:
“Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor.” Gal 5:13 -
A decisão impensada do jovem trouxe para si e para o pai sofrimentos desnecessários.
• No verso 20 nos dar entender que seu pai todos os dias esperava a sua volta.
E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. Lc 15.20
Seu olhar estava fito na estrada.
• Nos versos 13; 14; 15 e 16, fica demonstrado claramente cair do jovem em situações cada vez mais complicadas até chegar bem fundo do poço. Entenda, não era ainda o fundo do poço, visto que esse poço não tem fim.
a. Dissipou todos os seus bens. 13
b. Começou a passar fome. 14
c. Arranjou emprego de guardador de porcos 15.
Nesse ínterim gostaria de fazer um comentário.
• Porcos eram animais impuros para os judeus (Lv 11.7-8; Dt 14.8)
Lv 11. 7-8 - Também o porco, porque tem unhas fendidas, e a fenda das unhas se divide em duas, mas não rumina; este vos será imundo. Das suas carnes não comereis, nem tocareis nos seus cadáveres; estes vos serão imundos.
Dt 14. 8 Nem o porco, porque tem unha fendida, mas não rumina; imundo vos será; não comereis da carne destes, e não tocareis nos seus cadáveres.
d. Passava tanta necessidade que desejava comer da ração dos porcos 16.
Cuidar de porcos era algo inimaginável para um judeu e comer o que eles comiam ultrapassava tudo e qualquer limite do bom senso. Alfarrobas era um fruto em forma de vargem da alfarrobeira, arvore comum na palestina. Essas vargens serviam de alimento para animais e gente num extremo grau de miséria.
e. Ninguém lhes dava nada. Aqui está o ponto extremo da vida daquele jovem. Aqui é a linha de separação entre a loucura e a realidade. Ou reflete pára e volta ou morre.
A trajetória do jovem afastando-se do Pai foi de queda e provações continuas que tinha por objetivo alertá-lo para a realidade perdida na casa do seu Pai. Alguns nesse ponto movido por orgulho vão adiante e morre. Contudo, graças a Deus que esse não foi o caminho preferido pelo jovem.
No verso 17, diz a palavra: “...caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu Pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome”.
• Essa foi a primeira constatação da loucura que havia feito. A tomada de consciência é o primeiro batente para voltarmos novamente a usufruir das benesses do pai. A constatação de ter um Pai rico e viver deliberadamente na miséria espiritual foi algo muito difícil para o jovem constatar.
• Cair em si, sem si decidir pelo retorno não teria mudado nada na vida do jovem. Certamente continuaria na mesma condição até morrer.
No verso 18 e 19, temos uma atitude que fez muita diferença em sua vida e na do seu pai.
“Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados.”
Nesses versos temos vemos um homem se levantar das profundezas do seu EU e buscar refugio em Deus. Aqui não encontramos expressões de orgulho, mas de humildade. O jovem que descera da casa do Pai, não era o mesmo desses versos.
• “irei ter com meu pai” – NELE tenho segurança e fartura espiritual.
• “Pai, pequei contra o céu e diante de ti” – Arrependimento genuíno.
• “já não sou digno de ser chamado teu filho” – Humildade - Não espera nada do pai só a não ser sua misericórdia.
• “trata-me como um dos teus empregados” – Reconhecimento das suas faltas.
Nesses versos vemos uma alma se derramando de forma profunda diante de Deus. Aqui todos os seus pecados e erros são expostos de forma clara e sincera diante de Deus. Essa atitude é tudo que nosso Deus deseja ouvir de cada um de nós.
No verso 20, temos o encontro e que encontro:
20 Levantou-se, pois, e foi para seu pai. Estando ele ainda longe, seu pai o viu, encheu-se de compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. 21 Disse-lhe o filho: Pai, pequei conta o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. 22 Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e alparcas nos pés; 23 trazei também o bezerro, cevado e matai-o; comamos, e regozijemo-nos, 24 porque este meu filho estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a regozijar-se.
Glória a Deus santíssimo!
Todos os símbolos de sua condição de filho é restituído.
a. O anel – sinal de autoridade.
b. Sandalhas – sinal de homem livre.
Os versos 25-32, a parábola é concluída com a atitude do filho mais velho, que nesse caso representa os fariseus e escribas que compartilhava do mesmo sentimento.
“Replicou-lhe o pai: Filho, tu sempre estás comigo, e tudo o que é meu é teu; era justo, porém, regozijarmo-nos e alegramo-nos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado.”
Amém!
Jerônimo Viana
Natal /RN
2/2/2010 - 17:41:39
Maravilhoso! Devemos celebrar sempre o amor incondicional por nossos filhos perdoando-os sempre assim como Deus nos perdoa
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