sábado, 22 de agosto de 2009

Confiança em Deus

“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela”. Salmo 127

Como deve ser uma casa edificada pelo Senhor?

A primeira vista sugere uma casa próspera, afinal essa é uma das ideias passadas por este salmo. O que adianta o trabalho penoso se o individuo não confia em Deus e por isso mesmo não é abençoado.

Na seqüência dos versículos o salmista deixa claro para mim que não é por minhas habilidades, capacidade intelectual, e outros tantos atributos humanos que as coisas sairão bem em minha vida, mas pela ação de Deus. No verso dois temos esta constatação:

"Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem". Salmo 127. 2

Sem Deus tudo é inútil. Essa é a conclusão que tiro quando leio este verso. Repito: é inútil. É trabalho jogado fora. Quando pensamos que a vida não se limita a esta terra, essa verdade fica mais clara.

Existe uma eternidade para ser vivida e se não temos Deus a começar de hoje como será o nosso amanhã? O que adianta trabalhar tanto, juntar tesouros que não nos serão úteis para onde vamos.

Gostaria também de fazer uma ressalva. O texto aqui não está incentivando a preguiça ou coisa que o valha, mas lembrando que devemos confiar no Senhor, portanto nada de ansiedade pelo amanhã ou coisa assim. Confiar em Deus. Essa é a chave do entendimento deste texto. Em Lucas 10.40.41, vemos Marta afogada em seus afazeres a ponto de largar Jesus na sala da sua casa e privar-se de sua presença.

Como é maravilhoso está com o mestre. As duvidas são dizimadas, os medos banidos, a paz interior edificada. Como é maravilhoso beber da sua palavra, como é gostoso ouvir o Espírito Santo traduzindo o desejo de Deus para os nossos corações. Marta estava perdendo tudo isto, assim como o trabalhador imprudente do salmo 127 ou o construtor da casa sobre a areia de Mateus 7.26.

Outro dado importante que sobressai no texto diz respeito à família. A benção de Deus, a herança de Deus não é o dinheiro ou fama, ou poder político, mas a família, os filhos.

“Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão. 4 Como flechas na mão de um homem poderoso, assim são os filhos da mocidade. 5 Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, mas falarão com os seus inimigos à porta”. (versos 3-5)

Deus é o criador da família, é por meio dela que sua presença é humanamente reconhecida, e manifesta. O pai de família é um tipo de Deus. Quantas vezes na bíblia essa imagem paternal é usada para expressar os desejos do próprio Deus para com seus filhos (Mateus 13.52; 20.1; 1Ts 2.11).

Pena que nem todo pai reflete essa imagem, pois muitas vezes são opressores, alienados de Deus, vingativos, destruidores de lares que danificam o entendimento dos infantes e geram adultos distantes de Deus, pois a imagem do seu pai terreno distorceu a imagem do Deus Vivo.

Os filhos são heranças do Senhor e, portanto devemos ter cuidado neles porque não são nossos, mas do Senhor. O fato de ter muitos filhos era entendido como benção em Israel dos tempos bíblicos. A segurança dos pais estava neles. Naquela época não existia previdência ou coisa parecida, mas a segurança do lar.

Havia uma troca, quando pequenos o cuidado era dos pais, quando crescidos cuidavam dos velhos. Esse é o plano de Deus para a família, ninguém está descoberto, mas todos estão protegidos. A família aqui funciona como tipo de Deus. Ela é lugar de segurança e acolhimento e não de violência e desrespeito para com os mais velhos ou exploração e abusos contra os mais jovens.

É importante destacar que a benção de Deus sobre a família também está sobre a cidade, desde que está se coloque debaixo de sua orientação. Os desmandos das autoridades, a falta de respeito para com os citadinos tem sido desastrosa em nossos dias. Aqueles que a governam seqüestram para si o bem público de maneira que repartem os cargos administrativos entre seus familiares e amigos deixando o povo que deveria ser a única razão da ação governamental a ver navios.

Uma cidade assim como uma família distante de Deus não pode ser abençoada.

Jerônimo Viana M. Alves
Natal/RN

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