sexta-feira, 12 de julho de 2019

Arqueólogos descobrem mosaico bíblico de 1.600 anos que narra o fim dos dias


Mais um achado arqueológico extraordinário está lançando luz sobre a história do povo hebreu, descrita na Bíblia Sagrada. Se trata de uma escavação conduzida pela professora Jodi Magness, da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill.

Os estudos, porém, foram realizados na antiga vila de Huqoq, na Baixa Galileia de Israel. Foi nesse local que a equipe de Magness, composta por vários especialistas, realizam escavações há nove anos.

Eles encontraram peças de mosaico que retratam passagens da Bíblia Sagrada, especificamente do Antigo Testamento. “Descobrimos a primeira representação do episódio de Elim já encontrado na antiga arte judaica”, disse Magness.

Os pesquisadores se concentraram nos restos de uma sinagoga romana, datada de 1.600 anos atrás. “Elim é onde os israelitas acamparam depois de deixar o Egito e vagando no deserto sem água”, disse Magness, referindo-se a passagem descrita no livro de Êxodo, capítulo 15, versículo 27.

Nos mosaicos, há uma peça que também descreve uma passagem que se encontra no capítulo 7 do livro de Daniel. O estado de conservação das peças e a clareza dos detalhes permitiram aos pesquisadores concluir com precisão a natureza dos mosaicos.

“O painel de Daniel é interessante porque aponta para expectativas escatológicas, ou do final do dia, entre esta congregação”, disse Magness. “O painel de Elim é interessante, pois é geralmente considerado um episódio relativamente pequeno nas andanças pelo deserto dos israelitas – o que levanta a questão de por que ele foi significativo para essa congregação judaica da Baixa Galiléia.”.

Achados arqueológicos e a precisão bíblica
Chama atenção do mundo científico, especificamente dos arqueologistas, o grande número de achados históricos que confirmam a precisão dos textos bíblicos.

Desde a obra clássica chamada “E a Biblia Tinha Razao”, escrita por Werner Keller, lançada ainda em 1955, até os dias de hoje, o número de achados arqueológicos em prol da cultura judaico-cristã só tem aumentado.

“Nosso trabalho lança luz sobre um período em que nossas únicas fontes escritas sobre o judaísmo são literatura rabínica dos sábios judeus desse período e referências na literatura cristã primitiva”, disse Magness, comemorando a importância dos mosaicos.

A pesquisadora destacou que o lapso histórico acerca das evidências sobre o paradeiro do povo judeu em um determinado período antes de Cristo, e no primeiro século, agora pode ser melhor compreendido a partir dos novos achados.

“A arqueologia preenche essa lacuna, lançando luz sobre aspectos do judaísmo entre os séculos IV e VI aC – sobre os quais não saberíamos nada de outra forma”, disse Magness, segundo informações da Universidade da Carolina do Norte.

“Nossas descobertas indicam que o judaísmo continuou a ser diverso e dinâmico muito depois da destruição do segundo templo de Jerusalém em 70 EC.”, conclui ela.

quinta-feira, 11 de julho de 2019

Cidade bíblica onde Davi se escondeu de Saul é descoberta em Israel

Fonte: Ministério Engel (GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO TIMES OF ISRAEL)

Depois de anos de busca, os pesquisadores dizem finalmente ter localizado a cidade filisteia onde Davi se escondeu do rei Saul antes de ascender à monarquia de Israel.

Sítio arqueológico em Khirbet a-Ra’i, onde os pesquisadores acreditam ter localizado a cidade bíblica de Ziclague. (Foto: Autoridade de Antiguidades de Israel)
Apontando a historicidade do rei bíblico Davi, uma equipe internacional de arqueólogos informou nesta segunda-feira (8) a descoberta da cidade filistéia de Ziclague, que ainda não tinha sua localização identificada.

Ziclague é mencionada na Bíblia como a cidade filistéia na qual Davi se refugiou do rei Saul, com a permissão de Aquis, rei de Gate. Depois de derrotar os incursores e receber a notícia da morte de Saul em Ziclague, Davi deixou a cidade e partiu para Hebrom, onde foi ungido rei de Israel.

Mais tarde, Ziclague é mencionada no Livro de Neemias como um centro para os judeus que retornaram do exílio babilônico.

De acordo com a Autoridade de Antiguidades de Israel, a Universidade Hebraica de Jerusalém e a Universidade Macquarie de Sydney, na Austrália, o verdadeiro local de Ziclague é Khirbet a-Ra’i, no sopé da Judéia, entre Qiryat Gat e Laquis, no sul de Israel.

Ao longo dos anos de pesquisas arqueológicas em busca da cidade, vários locais alternativos foram propostos, mas nenhum atendeu a todos os critérios exigidos. As escavações em Khirbet a-Ra’i começaram em 2015 e apresentaram indícios de assentamentos contínuos.

De acordo com os pesquisadores, o local mostra sinais de uma comunidade filistéia e um assentamento judaico da era do rei Davi, atendendo aos critérios exigidos por Ziclague. Além disso, o sítio arqueológico mostra evidências de ter sido destruído por um incêndio maciço — a Ziclague judaica foi derrubada nas mãos dos amalequitas.

Após sete escavações que revelaram cerca de 1.000 metros quadrados, a equipe arqueológica encontrou estruturas maciças de pedra, estruturas típicas e artefatos culturais dos filisteus, incluindo 100 vasos de cerâmica para armazenamento de óleo e vinho.

Vasos de cerâmica encontrados em Khirbet a-Ra’i, identificada por arqueólogos como Ziclague bíblica. (Foto: Expedição de Escavação para Khirbet a-Ra’i)

segunda-feira, 1 de julho de 2019

A não linearidade da vida


Salmo 88

A busca pelo sucesso profissional, pela eterna beleza, pela saúde, pelo relacionamento estável e tudo mais que possa tornar a vida interessante e prazerosa é legitimo, contudo, não existe garantia que esse nosso desejo ocorra da forma como queremos ou pensamento.

Quando as coisas não acontecem como planejamos um oceano de frustrações pode assaltar o nosso coração tornando nossa experiência de vida difícil e penosa.

Como agir em momentos como estes onde nada dá certo e a perspectiva da morte passa a ser real? Na palavra de Deus conhecemos inúmeras experiências de vidas dolorosas. Algumas com desdobramentos felizes como Jó (Jó 42. 10-17), a mulher do fluxo de sangue (Mt 9. 20-22; Lc 8. 42b – 48), Noemi (Rute 4. 13-18).

Existem também aquelas que foram assaltadas pelo sofrimento e não tiveram alívio da sua dor. Contudo, o servo sofredor não se rendeu as circunstâncias e procurou em Deus o alívio. Nessa condição se enquadra o salmo 88.

Salmo 88

O Salmo 88 é um profundo lamento. A primeira vista pode ser aplicado a um individuo, contudo, existem elementos internos que apontam para um coletivo. Exemplo: Hemã era um nome comum no Antigo Testamento (1Rs 4.31; 1Cr 15. 17,19) e ezraíta pode significar a família de Ezra ou nascido em.

O salmista abre seu coração sem reservas diante do Todo Poderoso. O propósito do salmo está logo nos primeiros versos:

SENHOR Deus da minha salvação, diante de ti tenho clamado de dia e de noite. Chegue a minha oração perante a tua face, inclina os teus ouvidos ao meu clamor;  Salmos 88:1,2

É um pedido de socorro com insistência:

a.       “Dia e noite” (v1).
b.      “Dia após dia” (v9).
c.       “Madrugada” (v13).

Existe uma suspeita de que o Senhor é quem o feriu:

a.       Já não te lembras; pois foram abandonados pelas tuas mãos. (v5)
b.      Puseste-me na mais profunda cova... (v6)
c.       Sobre mim pesa a tua ira; Tu me abates com todas as tuas ondas... (v7)

Seu estado é lamentável. Os amigos o deixaram e o considera uma abominação (v8). A morte se apresenta como consequência natural do seu mal, porém, com um agravante: O fato de ser fruto da ira de Deus e ser esquecido pelo Criador. Essa condição aponta para a morte de um ímpio e não de um servo de Deus. Esse pensamento o aflige duramente, visto que, no seu entendimento o sofrimento continuaria depois da morte. Terrível!

E a escalada da dor só aumenta: “estou preso... meus olhos desfalecem de aflição” (vs 8-9) assim, como o clamor do servo ferido: “... dia após dia venho clamando a ti, Senhor, e a ti levanto as minhas mãos” (v9).
Diante desta conjuntura o salmista argumenta:

“Será que farás maravilhas para os mortos? Ou será que os finados se levantarão para te louvar? A tua bondade será anunciada na sepultura? Acaso nas trevas se manifestam as tuas maravilhas? E a tua justiça, na terra do esquecimento?”

Alguns dos atributos divinos são destacados: maravilhas [onipotência], bondade, justiça. Contudo, questiona: Morrer desta forma lhes tiraria a oportunidade de:

a.       Vê as maravilhas de Deus.
b.      De louvá-lo.
c.       De desfrutar da bondade divina.
d.      De visualizar a sua justiça.

Além de redundar em prejuízos pessoais e divinos, visto que, deixaria de testemunhar de Deus aos homens. De certa forma é uma chantagem espiritual. Quando lemos II Reis 20. 3 temos os mesmos argumentos em ordem inversa. Enquanto há uma promessa por parte do salmista de relatar as maravilhas de Deus a partir da sua cura, em Crônicas Ezequias argumenta que promovera inúmeras reformas em Israel no intuito de reativar o culto a javé (2 Crônicas 29-31) e usa este fato para mover o coração de Deus em seu favor.

Nos versos 13 e 14 encontramos a seguinte situação:

Eu, porém, Senhor, clamo a ti, e de madrugada te envio à minha oração. Senhor, por que rejeitas a minha alma? Por que escondes de mim a tua face?

O salmista volta à carga. Ele resiste. Fragilizado, com pouca ou nenhuma convicção que será atendido, mas, conscientemente que está no caminho certo não para de clama. Ele sabe quem pode livrá-lo do mal e o busca. A incompreensão do seu tormento igualha a condição de Jó.

O texto finaliza (vs. 15-18) com uma explosão de lamentos:

·         Estou aflito e preste a morrer desde a minha mocidade; (v. 15)
·         Sente a ira de Deus e não sua misericórdia; (v.16)
·         Está sob forte opressão; (v. 17)
·         Reclama da ausência dos amigos e companheiros, portanto, perdera um suporte imprescindível em sua luta pela vida;
·         Sente-se isolado e em trevas.

 A dor é transparente, direta, impactante. Os cantores que davam vida a letra e música desta peça passavam um alto grau de dramaticidade. A congregação que participava da adoração tinha clareza da sua limitação e dependência de Deus. É um clamor que aparentemente não é respondido.

Lições que podemos tirar deste texto:

a.       Todas as nossas petições devem ser dirigidas a Deus. A consciência de que só o Senhor é capaz de reverter às circunstâncias leva o salmista a buscar seu socorro (salmo 121).
b.      Devemos desenvolver uma fé resistente. Apesar dos céus aparentemente não se moverem diante da sua petição o salmista insiste, demonstrando que mesmo diante de grandes desafios jamais devemos declinar na fé. Aqui não se destaca a intensidade da fé, mas a qualidade. É Deus, só Ele e basta.
c.       É possível lamentar e questionar a Deus faz parte do exercício da vida cristã. Essa postura:

·         revela sinceridade de alma;
·         põem abaixo qualquer ideologia triunfalista que colocam os servos de Deus como imunes aos males comuns aos homens. Além disso, deixa claro que Deus entende essa forma de expressão como genuinamente humana e não como um ato de desrespeito a sua santidade.
d.      Finalmente: Ensina-nos acerca da soberania de Deus. O Senhor administra as circunstancias da nossa vida de acordo com a sua soberana vontade. Ele tem um propósito em tudo que faz.

Que Deus abençoe a todos em nome de Jesus Cristo.

No momento em que concluo esta reflexão a irmã Deyse acaba de perder seu pai para uma enfermidade. Foram mais de 40 dias de oração, contudo, paulatinamente a saúde paterna se agravava. Por diversas ocasiões seu coração parou, sendo que numa dessas vezes durou 18 minutos. Nessas ocasiões Deus operava maravilhas, visto que, quando o médico ia assinar o seu atestado de óbito ele recuperava a consciência. Os médicos diziam não compreender o que estava acontecendo, ao que ela respondia ser o agir de Deus. Em suas visitas adorava ao Senhor próximo ao seu ouvido e em diversas ocasiões foi correspondida pelo abrir dos olhos e choro do seu pai. Por fim, em algumas das suas melhoras esporádicas liberou perdão e pediu perdão a familiares e amigos e só assim descansou no Senhor.
Quarenta dias de oração, de clamor, de choro de aflição. A cura não veio, mais a fé resistente conduziu ambos até o momento em que o Senhor o chamou. No velório que acabo de participar, além de testemunhar todos os fatos acima relatados teve folego para adorar a Deus com a abençoada música Deus é Deus. Coisas tremendas Deus tem reservados para seus filhos.